quarta-feira, 13 de abril de 2011

Argentina refulgente

Este vídeo é mais uma prova de que o mundo nada seria sem a música. Dedico-o aos infiéis que não crêem ser a música a força que move o planeta Terra na ciranda solar espacial.


São imagens do casamento de Máxima Zorreguieta, intitulada princesa da Holanda, com Willem-Alexander, príncipe de Orange. Não vou tentar explicar as intricadas relações de laços nobiliárquicos que envolvem este casal real, pois são tão complicadas quanto as equações das teorias das cordas no campo gravitacional (?!). Contento-me em saber que a moça é argentina, filha de ministro do tenebroso governo Videla, que seus pais não aprovaram o casório, que ela não se converteu ao protestantismo do marido, e que provavelmente nem ela deve ter entedido como funciona o sistema de titulações e predicados da casa real holandesa. Pelo menos é o que se infere do Wikipedia.

O que nos importa é que ela deve ter gostado da pomposa cerimônia, onde, a despeito das câmeras indiscretas sobre suas lágrimas, ouviu a pérola de Piazzolla sendo executada com direito a coro, harpa, xilofone e orquestra: Adiós Nonino, a vertente de beleza que a morte do pai inspirou ao célebre argentino.

Terá a princesa também lembrado do pai? Terá chorado a terra da infância perdida, nalguma esquina de Buenos Aires? Terá sido iluminada pela compreensão de que a música expressa tudo aquilo que as palavras não conseguem e que os olhares ensaiam?

Tudo isso em plena Amsterdã. São as voltas que o mundo dá, embalado pela música.


Ah, e o silêncio ao final da música... tão belo quanto.

2 comentários:

  1. Lindo! Nietzsche tem razão: a vida sem música seria um erro! Inté

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  2. É verdade, Nietzsche tem muitas razões, inclusive quando dispensa-as.

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