sábado, 9 de julho de 2011

Beethoven, de novo



Impressiona a beleza e a importância da violência. As ações e os atos existem, de fato, senão de direito. As ações são, o homem faz - é o tempo que lhe pesa na consciência, é o tempo que lhe adoece, é o tempo que lhe torna fraco, covarde, mórbido, pesado, ressentido; é o tempo que lhe joga contra a vida, impotente e servil às promessas. Antes besta na ação, diria Nietzsche, do que doente da razão. Foi a consciência humana (demasiado!) que criou o tempo - o tempo é a consciência - e foi isto, este tempoconsciência, que tornou o homem doente do homem.

Depois de tantos séculos de eterno retorno, o tempo irreversível é a própria consciência irreversível. Será o tempo destroçado também a consciência destroçada? Ao espaçotempo diluído corresponderá a consciência diluída? A odisséia de 2001 já bate à porta, o útero do tempo já se faz maduro, o longo túnel vermelho dos sonhos quer se fazer realidade...

Não são gratuitas as citações de Irreversível à 2001: Uma Odisséia no Espaço

Irreversível (Irreversible, França, 2002)
Dirigido por Gaspar Noé

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