terça-feira, 22 de março de 2011

parágrafo

[como despertar os sentidos usando palavras impressas]

"Deixando a penumbra vermelha do subsolo, Lenina Crowne bruscamente subiu dezessete andares, virou à direita ao sair do elevador, meteu-se por um corredor comprido e, abrindo uma porta assinalada VESTIÁRIO DAS MOÇAS, mergulhou num caos atordoante de braços, bustos e lingeries. Torrentes de água quente enchiam cem banheiras, respingavam ou delas se escoavam com um gorgolejar ruidoso. Roncando e sibilando, oitenta aparelhos de massagem a vibro-vácuo sacudiam e sugavam simultaneamente a carne firme e tostada de oitenta soberbos espécimes femininos. Todas falavam a plenos pulmões. Uma máquina de Música Sintética trinava um solo de supertrombone de pistão."

"Admirável mundo novo" de Aldous Huxley, tradução de Lino Vallandro e Vidal Serrano, editora Globo, pág. 74-75

tem cheiro, cor, som, movimento, até gosto - só falta poder agarrar essa mulherada

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